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Comentários sobre o Livro: A morte é um dia que vale a pena viver.

Tem leituras que mexem com nossa visão, e não poderia deixar de vir aqui contar um pouquinho para vocês sobre essa maravilhosa obra dessa autora incrível, Ana Claudia Quintana Arantes é médica geriatra, e após uma grande experiência com Cuidados Paliativos, e experiência de perdas em sua vida, ela vem trazer a temática sobre a morte de uma maneira que diria “leve”. Mas como falar de morte de uma maneira “leve”?! Acredito que você assim como eu inicialmente se fez essa pergunta. Bom, vamos lá. 

A única certeza da vida, é que vamos morrer, a morte mais cedo ou mais tarde chega para nós, ao longo da nossa caminhada perdemos pessoas, perdemos lugares, passaremos por diversas perdas na vida, e grande parte das pessoas encontram dificuldades para lidar com a temática morte, você já deve ter percebido que as pessoas muitas vezes até evitam falar sobre esse assunto, e comum escutar a famosa frase “Deus me livre vamos mudar de assunto”. O medo, os preconceitos, a fragilidade que essa conversa expõe são maiores do que a nossa vontade de libertação desses temores.

O sofrimento de perceber a nossa mortalidade não começa somente no processo de morrer. Muita gente tem medo da morte e vivem de maneira irresponsável, bebem além da conta, fumam além da conta, trabalham além da conta, reclamam além da conta, sofrem além da conta, vivem de maneira insuficiente. Não morremos somente no dia da nossa morte. Morremos a cada dia que vivemos, conscientes ou não de estarmos vivos. Morremos ainda mais depressa quando privamos dessa consciência de nossa finitude. 

A percepção do morrer traz a consciência de que nada do que temos ficará conosco, o nosso tempo de vida é breve é único, e muitas vezes gastamos nosso tempo com bobagens, com sofrimentos desnecessários. Uma das reflexões mais interessantes que esse livro trouxe, foi o questionamento de como você gasta seu tempo? O que você tem feito com o tempo que está passando?

Para algumas pessoas, a vida é como estar em um metrô com os olhos vendados. Elas entram em um lugar que não sabem onde fica, não sabem onde vão descer e não estão presentes! Simplesmente estão dentro. Então a porta se abre e alguém pode chamar seu nome, “vamos é hora de descer.” Já ?

O tempo passa no tempo dele, indiferente á torcida para apressar ou retardar sua velocidade. A vida é o intervalo que fazemos entre o espaço de nascer e morrer. O tempo corre em ritmo constante e poucas vezes nos damos conta disso. A compreensão do processo de morrer

A autora traz que nos preparar para a morte não ajuda a evitar esse encontro, mas ajuda a evitar o temor desse encontro e a transforma-lo em respeito. Muitas vezes é só com a consciência da morte que nos apressamos em construir o ser humano que deveríamos ser. Que possamos pensar em ser um humano melhor no hoje, viver aquilo que nos completa e que nos faz bem, e não esperar até que nos deparamos em nossa caminhada com um grande muro que diga aqui é o final. 

Tem outras temáticas que o livro também traz, sobre a morte, porém encerro aqui meus breves comentários e é uma leitura que indico muito, pois falar sobre morte e pensar sobre a vida, a vida que nós amamos e a nossa própria vida.
Abraço a vocês. 

 

Jéssica Sousa
Psicóloga CRP 09/009126.